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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Semana de História da PUC-Rio 2010

A fragmentação na historiografia, o comunismo no século XX e o Direito à Memória e à Verdade são apenas alguns do temas que serão debatidos na Semana de História da Puc-Rio 2010, que ocorre de 4 a 8 de outubro no Auditório Pastoral Anchieta da Puc-Rio. A programação completa você confere abaixo, ou no site: http://www.his.puc-rio.br/

Mais informações pelo e-mail: semanadehistoriapuc@gmail.com

Boletim da FAPERJ dá destaque para o projeto Prisioneiros das Drogas

Pesquisa investiga o que leva jovens usuários de drogas a ingressar no crime
Por Vinicius Zepeda

No Centro de Assistência Jurídica da Facha, o historiador Oswaldo Munteal (à direita) reúne-se com a equipe do projetoProfessor universitário há 25 anos, historiador, autor de diversos livros e artigos sobre administração do estado e políticas públicas, Oswaldo Munteal é um pesquisador inquieto. Sua larga experiência em pesquisas motivou o convite, em 2009, para coordenar, nas Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), junto com a professora de direito Maria Paulina Gomes, estudo sobre uma temática bem diferente daquela que sempre esteve acostumado: o consumo de drogas entre jovens de 16 a 25 anos em prisões e unidades socioeducativas no estado do Rio de Janeiro. Contemplado com recursos do edital Prioridade Rio, da FAPERJ, o projeto recebeu o nome de "Prisioneiros das Drogas – Impactos da Dependência Química sobre a juventude Brasileira" e vem sendo desenvolvido há cerca de seis meses. "Queremos contribuir para a discussão sobre a relação entre o consumo de drogas e a criminalidade juvenil na sociedade brasileira", diz o pesquisador.

Para isso, o projeto conta com uma equipe multidisciplinar, composta por professores e alunos de direito, turismo e comunicação da Facha, médicos, especialistas e conselheiros em dependência química, do chefe da Polinter, delegado Orlando Zaccone, pessoas ligadas à Organizações Não-Governamentais (ONGs) e diversos colaboradores. A partir de questionários aplicados em jovens dependentes químicos que cometeram delitos passíveis de punição penal, a equipe vem identificando características da realidade socioeconômica desses jovens: sua origem social, formação escolar e inserção no mercado trabalho. Com esses dados, os pesquisadores pretendem analisar a existência de relações entre a entrada na dependência química e a entrada na criminalidade, e identificar os tipos de delitos cometidos, de modo a verificar se existem relações entre o consumo de determinadas drogas e a prática de crimes específicos. "Com base nos dados obtidos nestas entrevistas e por meio da articulação de todos os envolvidos em nosso trabalho procuramos auxiliar na formulação de políticas públicas que ajudem a minimizar os efeitos nefastos causados pelo uso das drogas", explica Munteal.

As estatísticas mostram que no início do século passado as causas mais frequentes de prisão relacionavam-se à ordem pública, como vadiagem, desordem e embriaguez. Entretanto, a partir da década de 1980, no entanto, observou-se o crescimento do número de delitos ligados ao tráfico e uso de drogas. "Em 1985, eles foram responsáveis por três vezes mais condenações do que na década de 1960, especialmente entre jovens de 16 a 25 anos nas regiões metropolitanas do país", completa o historiador.

Inicialmente, o estudo previa a escolha de uma unidade carcerária para a realização de cem entrevistas. Entretanto, em apenas seis meses já foram realizadas em torno de trezentas nas carceragens do Grajaú, Mesquita, Neves e Nova Iguaçu. A estimativa atual é de que até o fim do ano, quando deverá ser encerrada a fase de trabalho de campo, esse número chegue a pelo menos quinhentas entrevistas, feitas em prisões e unidades socioeducativas de todo o estado. Os depoimentos são colhidos num questionário com cerca de 60 perguntas, aplicado pelo historiador, por mais 16 bolsistas da Facha e voluntários que têm procurado de alguma forma colaborar com o projeto.

Segundo alguns dados preliminares levantados pelo historiador, cerca de 80% dos presos consomem drogas nas carceragens superlotadas, em que há também um alto índice de problemas de pele, tuberculose e doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). "Vale destacar um dado curioso: cerca de dois terços dos interno entrevistados, ao serem presos pela primeira vez por posse de drogas ou tráfico, ainda não haviam cometido crime com uso de violência armada", explica o historiador. Para Munteal, esse é um ponto a ser investigado na pesquisa: em que momento a entrada do usuário de drogas no mundo do crime passa a ser associada à violência."

Com duração prevista de dois anos, o Prisioneiro das Drogas está sendo desenvolvido em várias direções. Um site com informações sobre dependência química entre os jovens e dados sobre a pesquisa já está no disponível no endereço http://www.prisioneirosdasdrogas.org.br. Em agosto, foi realizado na Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj), com apoio da FAPERJ e do Núcleo de Controle de Presos da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (Nucop/Polinter), um seminário para apresentar e discutir os resultados preliminares do projeto. Segundo Munteal, o sucesso do evento superou todas as expectativas. "Tivemos não somente a presença de professores, estudantes universitários e especialistas em dependência química, mas também de representantes dos governos estadual e municipal, das polícias civil e militar, de Organizações Não-Governamentais (ONGs) e representantes de associações de moradores de favelas", recorda. "Até o delegado Orlando Zaccone, chefe da Polinter, se prontificou a facilitar o acesso de nossa equipe às carceragens do estado, onde estamos realizando as entrevistas", completa.

Outra vertente é a implantação de um Centro de Assistência Jurídica para auxiliar dependentes químicos com problemas com a justiça. Com atendimento totalmente gratuito, o espaço tem atendido principalmente populações carentes do entorno da universidade. "Sob a coordenação do advogado Marcelo Turra, o centro já se encontra em pleno funcionamento nas dependências da Facha (Rua Muniz Barreto, 51, Botafogo)", afirma Munteal. "Alguns moradores do Morro Santa Marta já vieram pedir auxílio", acrescenta.

Os bolsistas também têm ajudado na elaboração de uma campanha publicitária voltada a alertar os jovens sobre o uso de drogas. "E até o final de 2010, concluiremos uma cartilha sobre o assunto, com tiragem de 10 mil exemplares, que será distribuída em escolas públicas e particulares do estado", fala. De caráter didático, ela procurará responder às dúvidas mais frequentes sobre drogas, servindo de parâmetro para que familiares e outras pessoas próximas a usuários possam identificar as características mais comuns dos dependentes químicos, com vistas ao início de um tratamento.

Problema do alcoolismo atingiu pessoa próxima do historiador
O que muitos não sabem é que, há cinco anos, o alcoolismo atingiu alguém próximo do convívio do pesquisador. E ele resolveu ajudar da forma a que mais estava acostumado: pesquisando. Durante dois anos e meio, Munteal dedicou seus sábados aos estudos no Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação (IBMR), onde fez especialização em Psicologia Analítica – que inclui várias disciplinas sobre saúde e dependência química. No fim das contas, a história teve um final feliz. Com a ajuda da família, amigos e do próprio historiador, faz três anos que essa pessoa se mantém longe do álcool. Oswaldo Munteal atribui sua escolha para coordenar o projeto Prisioneiro das Drogas a uma dessas coincidências da vida. "Vale destacar que, em minha especialização no IBMR, o trabalho de conclusão foi sobre o ex-presidente João Goulart e o mito do herói, nada a ver com dependência química. Mas, com certeza, o que presenciei serviu para trazer ao projeto uma abordagem mais humana e menos acadêmica", continua.

Outro fato marcante vivenciado por Oswaldo Munteal aconteceu durante uma de suas visitas a unidades carcerárias. O historiador teve a triste coincidência de encontrar dois ex-alunos. Um deles, um viciado em crack de cerca de 20 anos, foi autuado por porte de droga seguido de assalto à mão armada. O outro, de 25 anos, estava preso por associação ao tráfico. "Lembro que um deles vivia sumindo das aulas, mas o outro parecia perfeitamente dentro da normalidade durante as aulas", diz, com pesar. Para ele, o problema das drogas deve ser enfrentado de frente por toda a sociedade não somente com repressão policial, mas também pelo envolvimento de especialistas, autoridades de saúde pública e da universidade – que muitas vezes faz vista grossa ao consumo em suas dependências. "É claro que, com tantas drogas novas surgindo a todo momento, não há especialistas suficientes para entender tudo. Porém, polícia, ONGs, professores universitários e especialistas têm um papel e precisam agir em conjunto, contribuindo para promover ações sociais que visem prevenir o consumo de drogas na juventude", conclui.

Fonte: http://www.faperj.br/boletim_interna.phtml?obj_id=6652

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

II Congresso Internacional do Núcleo de Estudos Das Américas

II Congresso Internacional do Núcleo de Estudos Das Américas

Sistemas de Poder - Pluriculturalidade - Integração
20 a 24 de Setembro de 2010
Campus UERJ


MR 2: CONJUNTURA LATINO – AMERICANA E OS PROCESSOS DE INTEGRAÇÃO

Conferencista : Prof. Dr. Teotônio dos Santos – UFRJ
Moderadora: Profa. Dra. Maria Teresa Toribio Brittes Lemos – UERJ

DIA 24 DE SETEMBRO (sexta–feira)

Local: Auditório da Pós

Horário: 09:00h às 12:00h

Participantes:

• Prof.Dr. Carlos Eduardo Martins–UFRJ

• Prof.Dr. Luiz Eduardo Motta – UFRJ

• Prof.Dr. Alexis Toribio Dantas–UERJ

• Prof.Dr. Oswaldo Munteal – UERJ

• Prof. Dr. Carlos Henrique Aguiar Serra – UFF

• Dra. Shirley Ramirez – Consul Geral da Bolívia


sábado, 11 de setembro de 2010

VIII Semana de História UERJ 2010

Segue abaixo a programação da VIII Semana de História da UERJ - de 4 a 8 de outubro de 2010
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quarta-feira, 8 de setembro de 2010